Este ano, o inverno teve a influencia do El Nino.
O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico Equatorial Leste, a mudança na temperatura nesta região oceânica tem o poder de alterar o clima em vários locais do planeta. No sul, as previsões de ser muito chuvoso, confirmou-se.
Em Porto Alegre, o Lago Guaíba enfrenta neste momento uma das maiores cheias até hoje documentadas. Depois da enchente de 1941, quando o nível chegou a 4,76 metros, o pico de 2,56 metros anotado no começo da madrugada de hoje (23) na régua do Cais Mauá (onde são feitas historicamente as leituras) é o terceiro maior em 70 anos, perdendo apenas para as cheias também históricas de 1967 e 1984. Veja os picos de cheias no período 1941-2015:
Medidas
1. 4,76 m (1941)
2. 2,83 m (1967)
3. 2,60 m (1984)
4. 2,56 m (2015, 1965 e 1966)
5. 2,52 m (2002)
Às 15h desta quinta-feira (20) o nível do Guaíba no Cais Mauá estava em 2,53 metros, o mesmo valor registrado durante a manhã e 3 cm abaixo do pico do começo do dia, o que indica uma tendência de estabilização. Todos os rios que desembocam no Guaíba (Jacuí, Caí, Taquari na parte final da bacia, Sinos e Gravataí) seguem apresentando cheia, o que vai manter o nível do Guaíba alto a muito alto por, pelo menos, mais cinco dias e acima da cota de alerta por, ao menos, mais 48 a 72 horas.
As inundações não apresentam somente problemas físicos, trazem atrás, uma enxurrada de problemas de infra-estrutura urbana, comportamental e ambiental. Obras relegadas a segundo plano, por burocracias e decisões políticas acabam por afetar o dinamismo do enfrentamento a todas estas questões,
Não podemos (e nem devemos) aceitar que a toda e qualquer chuva, fiquemos com o coração na mão, esperando (ou acreditando) que nada vai nos acontecer.
É a espera de um milagre que não nos salvará da incompetência pública e auxiliar e evitar fatos previstos com grande antecipação (em março deste ano, já sabia que choveria acima da média no inverno), mas empurrados com a "barriga".
É só olhar que (e se espantar) como "sumiu" um dos principais acessos da zona norte da capital (Avenida Assis Brasil) com a região metropolitana de Porto Alegre (Cachoeirinha). (foto acima, lá topo do artigo).
Fonte: CEIC/POA
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