Iniciando esta nova seção no blog, aqui, aos sábados, terá sempre um clássico da literatura mundial. Esperamos iniciar bem a nossa estréia, o livro chama-se Memórias do Subsolo, de Fiódr Dostoievsky.
Aviso aos leitores: Este poderá lhe causar sérios problemas ao sentir-se envolvido por ele, você terá um prazer, porém um prazer amaldiçoado, absolutamente agressivo, quase masoquista e vicioso, e por isso perigoso. Dostoiévski nos avisa antes de iniciarmos a leitura: “Tanto o autor como o texto destas memórias são, naturalmente, imaginários. Todavia, pessoas como o seu autor não só podem, mas devem existir em nossa sociedade, desde que consideremos as circunstâncias em que, de um modo geral, ela se formou.”
Elaborado na cabeceira do leito de morte da primeira mulher do escritor russo, Memórias do subsolo se divide em dois momentos. “O subsolo”, em que o autor apenas se apresenta, “Sou um homem doente... Um homem mau. Um homem desagradável”, escreve seus pensamentos e explica, basicamente, sua inserção nesse mundo moderno, e “A propósito da neve molhada”, em que nos traz um recorte bastante interessante de seu passado, quando finalmente começamos a compreender algo além da retórica inicial.
Vê-se o homem contra a sociedade e contra a própria natureza e isso não nos parece retórico, ao contrário, nos parece competência em representar (ou apresentar) a pluralidade do real.
Memórias do subsolo é um livro doloroso porque no fim das contas sabemos, como o homem do subterrâneo, que “o melhor não é o subsolo, mas algo diverso, absolutamente diverso, pelo qual anseio, mas que de modo nenhum hei de encontrar”.
Ainda assim, mesmo que custosamente, essa leitura não nos deixa negar que “há prazer até mesmo numa dor de dentes”.
Memórias do subsolo é um livro doloroso porque no fim das contas sabemos, como o homem do subterrâneo, que “o melhor não é o subsolo, mas algo diverso, absolutamente diverso, pelo qual anseio, mas que de modo nenhum hei de encontrar”.
Ainda assim, mesmo que custosamente, essa leitura não nos deixa negar que “há prazer até mesmo numa dor de dentes”.
Biografia de Fiodor Dostoiévski
Fiodor Mikhailovitch Dostoievski (1821 - 1881) O segundo filho de um médico, (que fugiu de casa para não entrar num seminário) Dostoievski nasceu em Moscou, a 11 de novembro de 1821.
Estudou em internato e, depois que sua mãe morreu (1837), seu irmão o levou a São Petersburgo, para estudar engenharia numa escola militar. Viajando pela primeira vez pelo país, o jovem conheceu a realidade dos pobres. Na escola de engenharia foi infeliz, exceto por suas leituras: Hoffman, Schiller, Shakespeare, Balzac e muitos outros autores, russos e estrangeiros.
Seu pai foi morto em 1839 por camponeses que trabalhavam para ele (tratava-os com brutalidade). O escritor nunca se referiu a esse fato, mas é certo que a tragédia não o tornou indisposto à classe camponesa da Rússia, pelo contrário. Sua primeira produção literária, aos 23 anos, foi uma tradução de Balzac (´Eugénie Grandet´).
No ano seguinte escreveu seu primeiro romance ("Os pobres"), que foi bem recebido. Com os escritores e críticos que conheceu tomou contato com os ideais revolucionários. Juntou-se aos socialistas. Vivia em dificuldades nesses anos, tendo renunciado à herança paterna. Nessa época também sua epilepsia começou a se manifestar. Foi preso com um grupo de amigos socialistas em 1849.
No julgamento que se seguiu, por alguma razão Dostoievski foi considerado o líder do grupo e condenado à morte. A sentença foi mudada por intervenção do imperador em 4 anos de trabalhos forçados na Sibéria seguidos de alistamento compulsório no exército. (Essas experiências foram registradas em ´Memórias da casa dos mortos´, 1862.) Ficou no exército até 1858, quando sua saúde o obrigou a pedir dispensa.
Casara-se no ano anterior com Marya Isaeva, mas foi um casamento infeliz. Por essa época retomou, mas timidamente, sua atividade literária. Já não era mais socialista. Voltou a São Petersburgo em 1859 e nos vinte anos seguintes escreveu seis longos romances, entre os quais suas obras-primas: ´Crime e castigo´ (1866), ´O idiota´ (1869) e ´Os irmãos Karamazov´ (1879).
Seu segundo casamento, com Anna Snitkina (1867), ocorreu três anos depois da morte de Marya. Logo depois marido e mulher tiveram de fugir dos credores para a Alemanha. Viveram também na Suíça e na Itália. De volta à Rússia, Dostoievski estava transformado num conservador, capaz de ser o editor de um periódico reacionário. Morreu em São Petersburgo, a 9 de fevereiro de 1881.
(Li a resenha no Duplipensar)
Esse livro realmente me parece ser bem interessante vou procurar por ele
ResponderExcluirÓtima dica de leitura, os clássicos são sempre uma boa pedida =)
ResponderExcluirtô te seguindo!