Com a medição de 3,18 metros de altura às 15h15min desta quarta-feira (27), foi registrada uma cheia histórica no Guaíba, em Porto Alegre, a maior desde a enchente de 1941, quando a régua indicou 4,75 metros. Na época, o Mercado Público, a Praça da Alfândega e a Rua da Praia ficaram embaixo d’água.
A justificativa para as águas não terem atingido as ruas do Centro Histórico da cidade neste ano foi justamente a existência do Muro da Mauá. Além disso, as ruas eram mais baixas, com menos calçamento e ainda não havia sido construído o dique da Trensurb, o que ocorreu no início dos anos 1980. A construção da avenida Castelo Branco também ataca às águas. Em 1967, uma enchente chegou até a parte de trás do prédio da Banrisul, como lembra o colunista Fernando Albrecht.
A enchente de 1941 foi a maior da história de Porto Alegre. Dos dias 10 de abril a 14 de maio, os jornais noticiaram a maior quantidade de chuva registrada neste período do ano: 629,4mm. Como se não bastasse, o vento sul, vindo da Lagoa dos Patos, empurrava a enchente contra a cidade. Em 8 de maio, a combinação desses fatores elevou o Guaíba ao maior nível já registrado: 4,76m. A Capital permaneceu inundada por 22 dias, de 22 de abril a 14 de maio.
Desta vez, a prefeitura conteve o avanço do lago com o fechamento do muro e uso de sacos de areia, já que a água ultrapassou os armazéns e chegou até as comportas fechadas. A água, no entanto, tocou as calçadas da via no Centro Histórico da Capital.
O Muro da Mauá faz parte de um sistema maior de proteção contra enchentes. Esse sistema é composto basicamente por três elementos: 24 quilômetros de diques externos às margens do Lago Guaíba e dos rios Jacuí e Gravataí; 44 quilômetros de diques internos, às margens dos arroios que atravessam a cidade; e uma série de casas de bombas para drenar mecanicamente a água da chuva que se acumula nas ruas.
O transborde do lago, no entanto, já podia ser observado desde a madrugada devido ao excesso de água das chuvas acumuladas nos últimos dias em Porto Alegre e na Região Metropolitana.
Fonte: JC
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