Estamos a sessenta dias para a data máxima de qualquer gaúcho e gaúcha de todas querências: o 20 de Setembro é uma data que está no imaginário popular, seja para amar ou odiar, mas jamais para ser indiferente. Os motivos são vários: desde a questão da motivação da Guerra (ou Revolução Farroupilha) até o seu desfecho, dez anos depois.
Mas o sentimento por trás de tudo é que os detratores chamam de derrota a assinatura do tratado de Paz de Ponche Verde, assinada no Acampamento Imperial de Carolina, em Ponche Verde, região do atual município de Dom Pedrito, para decretar a pacificação da província.
Para os amantes da causa, foi uma vitória, nas palavras do General David Canabarro:
Concidadãos! Competentemente autorizado pelo magistrado civil a quem obedecíamos e na qualidade de comandante-em-chefe, concordando com a unânime vontade de todos os oficiais da força de meu comando, vos declaro que a guerra civil que há mais de nove anos devasta esse belo país está acabada.
Concidadãos! Ao desprender-me do grau que me havia confiado o poder que dirigia a revolução, cumpre-me assegurar-vos que podeis volver tranquilos ao seio de vossas famílias. Vossa segurança individual e vossa propriedade estão garantidas pela palavra sagrada do monarca e o apreço de vossas virtudes confiado ao seu magnânimo coração. União, fraternidade, respeito às leis e eterna gratidão ao ínclito presidente da Província, o ilustríssimo e excelentíssimo barão de Caxias, pelos afanosos esforços na pacificação da Província"
Mas para o bem ou mal falar, teremos mais uma oportunidade de consultar a obra publicada por Alcy Cheuiche, Guerra dos Farrapos.
A Editora BesouroBox nos dá a oportunidade de revisitar este passado com um legado tão controverso. Na própria sinopse do livro, mostra toda a qualidade da narrativa e elucidação de vários fatos históricos relatados.
Em A Guerra dos Farrapos, Cheuiche viaja no tempo, recontando os dez anos em que o Rio Grande do Sul esteve dividido entre farroupilhas e caramurus, entre personagens como Bento Gonçalves e Caxias, sempre com rigor histórico, mas dando vida a cada acontecimento relatado. Garibaldi e Anita, por exemplo, renascem neste livro na sua verdadeira grandeza humana, na coragem dos seus atos, na beleza do seu amor. E também as cenas de guerra, como a tomada de Porto Alegre, a Batalha do Seival, o massacre do Cerro dos Porongos, e o famoso Duelo Farrapo, são aqui tratados pelo escritor com veracidade e maestria.
Fica a dica para uma leitura que nos aproxima mais ainda do legado que todo gaúcho ama ou odeia.
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