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Estatua de Obirici em Porto Alegre |
Já havia escrito no blog sobre Lendas de Porto Alegre - Obiricí , na versão de Augusto Porto Alegre, na sua história da "Fundação de Porto Alegre".
Hoje vamos contar a outra versão sobre a Lenda de Obirici, registrada pelo escritor José Antônio do Vale Caldre e Fião, era recitada por um velho índio Guarani, chamado Vicente, que teria fugido de um dos Sete Povos das Missões, logo após o final da guerra Guaranítica, ocorrida em 1756.
Chegando em Porto Alegre, que recém estava recebendo seus primeiros habitantes, teria se instalado na área que atualmente fica o viaduto José Loureiro da Silva.
Antigamente, o território onde foi erguida Porto Alegre era ocupado por duas tribos indígenas: Tapiacu,que ocupava o cume do Morro Santa Tereza; e Tapimirim, que se situava as margens do atual rio Gravataí.
Conta a lenda que Obirici,a filha predileta do cacique dos Tapimirim,teria se apaixonado e morrido de amor por Upatã, filho mais velho do cacique da tribo Picaçu. Todavia, outra índia também se apaixonara pelo guerreiro. A sorte então foi decidida em uma competição de arco e flecha, cuja vencedora desposaria Upatã.
Muito nervosa, Obirici teria errado o alvo e assim perdido sua grande paixão. Teria saído então, a caminhar por uma grande planície arenosa, (onde hoje se situa o bairro Passo da Areia).
Cansada, teria se sentado embaixo de uma figueira e ali ficado chorando dias e noites sem parar.Em meio a preces e lágrimas, teria pedido com os braços erguidos ao céu que Deus Tupã viesse busca-lá.
E assim Obirici morreu de amor por Upatã.
Das lágrimas, teria se formado um pequeno riacho, que corria sobre a areia o riacho Ibicuiretã. Por isso as mulheres indígenas que perdiam seus maridos em batalhas buscavam consolo nas "lágrimas de Obirici".
Hoje Ibicuiretã o córrego de lágrimas não existe mais,pois o Passo da Areia, é um bairro urbanizado.As obras de urbanização canalizaram o riachinho, que a princípio, tornou-se um valão, depois foi soterrado para a construção do Shopping Center Iguatemi.
Mas a bela Obirici não foi apagada dos corações dos gaúchos, pois em sua homenagem, próximo a um viaduto que leva seu nome, foi imortalizada com uma escultura, que representa com os braços estendidos ao céu pedindo que Tupã acabe com seus dias de tão intensa dor.