Com ventos devastadores, Dorian está a caminho da Flórida

Geraldo Voltz Laps
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Furacão Dorian passou à categoria 5, a mais alta, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA

 
O furacão Dorian ganhou força nesse domingo (1) e passou à categoria 5, a mais alta, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês). Por volta das 12 horas locais (13 horas em Brasília), os ventos atingiram 289 km/h e arrasaram algumas ilhas das Bahamas - segundo meteorologistas, é a tempestade mais forte já registrada nesta região do Caribe e a segunda mais forte já formada no Atlântico.

O Dorian seguia no domingo a caminho da Flórida, mas até a última atualização não havia previsão de quando ou onde o furacão tocaria o solo, o que pode nem mesmo acontecer. Meteorologistas acreditam agora que ele possa fazer uma curva rumo ao norte, em direção aos Estados da Geórgia e Carolina do Sul.
No entanto, no início da noite de domingo, algumas previsões haviam recolocado novamente o Dorian bem próximo do litoral da Flórida. Por precaução, toda a região foi colocada em estado de emergência, a partir desta segunda-feira (2) até quarta-feira.

Moradores passaram o fim de semana enchendo sacos de areia para servirem de barreiras de proteção. Autoridades fizeram exercícios de preparação para a chegada do furação. "Os habitantes dos Estados de Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte devem continuar a monitorar o progresso do Dorian e obedecer todos os alertas emitidos pelas agências de emergência", dizia a mensagem do NHC no Twitter.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que é proprietário de vários clubes de golfe e hotéis localizados na Flórida, disse que o Dorian "parecia um monstro gigantesco" e cancelou uma viagem à Polônia para se concentrar nos preparativos para a tempestade. "É um dos maiores e mais fortes (e realmente grandes) que vimos em décadas", escreveu o presidente.

A Guarda Costeira americana informou que embarcações comerciais que navegam pelo Atlântico devem deixar o sul da Flórida o mais rápido possível. Várias escolas cancelaram as aulas de hoje e o Aeroporto Internacional de Orlando chegou a anunciar a interrupção de suas operações, mas voltou atrás no domingo.

Enquanto os EUA se preparam para o furacão, o Dorian começou no domingo a deixar um rastro de destruição nas Bahamas. Hubert Minnis, primeiro-ministro do país, disse que os ventos fortes e as inundações deveriam danificar 21 mil casas e afetar a vida de pelos menos 73 mil pessoas nas ilhas.
O maior perigo é aumento súbito do nível das águas. Neste caso, autoridades das Bahamas esperam que o mar suba de 5,5 a 7 metros. Aliados a chuvas de até 60 centímetros, as inundações seriam devastadoras.

"Quero que vocês se lembrem: lares, casas, estruturas podem ser substituídas. Vidas, não", disse Minnis, em entrevista coletiva no fim de semana. "A situação é muito perigosa nas Bahamas", confirmou o diretor do NHC, Ken Graham.

As ilhas de Ábaco e Grand Bahama, que estão na rota do furacão, são importantes destinos turísticos. No entanto, segundo autoridades locais, mesmo depois dos alertas de emergência e de um intenso trabalho de retirada, 26 turistas ainda permaneciam em locais de risco. "Será um desastre para as Bahamas", disse Phil Klotzbach, pesquisador da Universidade do Estado do Colorado. "Ábaco será completamente arrasada."

O furacão Dorian chegou em um momento inconveniente para a indústria do turismo no Estado da Flórida. Os americanos estão em pleno feriado do Dia do Trabalho, quando há um aumento do número de visitantes. Apesar dos riscos, porém, a Disney confirmou apenas o fechamento do Blizzard Beach Water Park. Por enquanto, a empresa, que é dona de vários parques temáticos localizados na rota do furacão, disse apenas que "está monitorando" a situação e manterá o restante dos parques abertos.
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