Falta pouco para a revitalização do Hospital Beneficência Portuguesa, no Centro de Porto Alegre, ser totalmente concluída. A expectativa da direção é que as intervenções sejam encerradas no início de julho e o funcionamento já ocorra a pleno no final de agosto, mas o prazo pode variar, dependendo de quando a Vigilância Sanitária de Porto Alegre realizar a vistoria.
Para operar com 100% da capacidade, ainda falta abrir a unidade de tratamento intensivo (UTI), o bloco cirúrgico e o restante dos leitos de internação. A UTI e o bloco estão em reformas e ficarão no terceiro andar. Serão 19 leitos na UTI e três salas para cirurgias. Os trabalhos nos quartos para internação já foram finalizados, mas, até a UTI e o bloco cirúrgico serem abertos, somente 22 dos 80 leitos previstos ficarão em atividade. A princípio, esses serviços, assim como já ocorre na emergência, serão oferecidos somente para usuários de plano de saúde e particulares.
Todos os quartos para internação são equipados com frigobar e TV LCD. Os espaços são semiprivativos, com dois leitos cada e duas poltronas para acompanhantes. As camas manuais estão sendo, gradualmente, substituídas para leitos automatizados.
Segundo o diretor executivo do Beneficência, Ricardo Pigatto, o maior desafio na revitalização é lidar com a estrutura do prédio, que é muito antiga - a pedra fundamental, um dos marcos arquitetônicos de Porto Alegre, foi lançada em 1867. "Puxamos uma pena e sai uma galinha inteira. Por isso, também, o atraso nas obras", explica.
A estimativa inicial era de que os espaços estivessem funcionando em março. Além disso, o diretor tem, em suas mãos, a árdua tarefa de reerguer um hospital que sofreu uma crise financeira tão grande que chegou a ter apenas um paciente internado.
A direção da instituição mantém um site (www.credoreshpb.com.br), no qual prestadores de serviços e fornecedores da antiga administração do hospital podem se inscrever e apresentar eventuais pagamentos que ainda têm para receber. "Há uma distorção muito grande entre o levantamento de dívidas que temos e os pagamento em haver que nos são apresentados pelos credores. Essa ainda é uma grande dificuldade", observa Pigatto.
A dívida com a prefeitura de Porto Alegre, contudo, que causou a interrupção do atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) no Beneficência em novembro de 2017, foi levantada e está sendo paga com serviços prestados desde fevereiro. O estabelecimento não atende a demandas de emergência pelo SUS, mas tem contratualizados junto ao município exames agendados de imagem, endoscopia e pequenos procedimentos cirúrgicos ambulatoriais.
São pagos R$ 128 mil por mês em serviços, a serem quitados em 70 parcelas. A demanda pelos atendimentos agendados pelo SUS tem sido grande. A emergência, porém, segue vazia. "Esta é uma tendência histórica, talvez por ser um hospital muito próximo à Santa Casa. Mesmo na outra gestão, a procura pela emergência por usuários de planos de saúde nunca foi alta", comenta o diretor executivo do Beneficência.
Hoje, a instituição possui uma média de atendimento de 13 pacientes por convênio por dia na emergência, tornando ociosa sua capacidade de 100 atendimentos por dia. O estabelecimento atende no local usuários de todos os planos de saúde, exceto a Unimed, que não demonstrou interesse no convênio. -
Fonte: Jornal do Comércio
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