Game of Thrones e o massacre gaúcho

Geraldo Voltz Laps
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Massacres gaúchos


Game of Thones está na cabeça de muita gente, ontem se despediram da sétima temporada, em que os Targaryen e Stark brigam pelo trono de Westeros. 

Mas nos pampa gaúcho, nas coxilhas e campos já tivemos um grande derramamento de sangue nos moldes da série aclamada pelo mundo da televisão. A única diferença que na revolução constitucionalista de 1893, os personagens morreram mesmo e teve decapitações em massa, inclusive de um líder maragato, chamado Gumercindo Saraiva.

Nesta cruel revolta aconteceram os episódios do Boi Preto e Rio Grande, onde vários combatentes foram degolados a sangue frio. Para se manter no poder, houveram fraudes em eleições e votos a cabresto. 

Para ilustrar transcrevemos este trecho do o historiador Joseph Love sobre isso escreve o seguinte: “Pelo menos num dos casos houve uma espécie de justiça bruta na execução: a vítima era um chefe castilhista de nome Manuel Pedroso, que havia saqueado e assassinado em suas andanças pelo município de Bagé. 

Quando Pedroso soube que fora punido com a degola, perguntou ao mulato, seu executor:

– Adão, quanto vale a vida de um homem guapo e de bem?

– Valente, sim. De bem…não sei! A vida de um homem vale muito, a tua não vale nada porque está no fio da minha faca e não há pila que pague, retorquiu Adão.

Atirando a sua cabeça para trás, a fim de tornar o trabalho de Latorre mais fácil, Pedroso 

Vociferou: 

Pois então degola, negro filha da puta! (LOVE: 1975, p. 72). Não resta dúvida que o coronel Pedroso morreu como um guapo e não temeu diante da morte. 

Mas antes disso parece que sua fama de homem cruel e expedito antecedia a da sua valentia e por isso era-lhe votado tanto ódio. 

Ninguém é morto dessa forma sem que antes tenha dada razão para a vazão de tanto ódio e esse parece o caso do coronel Pedroso, que antes de qualquer coisa era muito temido e odiado. 


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