No meu ideário de cidades, Paris ocupa um lugar especial, aquelas cidades que não visitei e talvez nunca visite, mas que representa muitos das aspirações, sejam poéticas, turísticas e históricas.
Vários amigos já a retrataram em fotos e histórias, mas dentro do imaginário, sempre temos lugar para "licenças poéticas", como degustar um bom vinho bordeaux e ler a última programação dos teatros.
Mas a realidade dura nos mostra a pior das faces, o atentado terrorista que invadiu um show de rock, causaram explosões perto do Stade de France, onde jogava a seleção de futebol em amistoso contra a Alemanha.
Foram ataques simultâneos em várias partes da cidade, mais de 110 mortos e uma cidade em alerta máximo, viver e sobreviver a um atentado destes será um trauma que levarão para o resto da vida. E aqueles que pereceram jamais entenderão os motivos pelos quais foram brutalmente assassinados.
A França não será a mesma depois desta sexta-feira, 13 de novembro. A comparação inevitável, com os ataques de 11 de setembro, já circula pelos comentários de tevês e redes sociais.
Relatos de sobreviventes dão a entender que se trata de uma ação orquestrada, promovida por fanáticos, sob inspiração, ou talvez mesmo comandados pelo Estado Islâmico. A tragédia na Síria exportou não apenas refugiados. Exportou também ressentimentos e dores. Contribuiu para amplificar a detestável visão de mundo que rege a mente dos fanáticos. Gerou mais ódio, mais dor.
Nunca mais Paris será a mesma, aquela dos vinhos, da alegria, da literatura, da gastronomia, mas no meu imaginário, nada disso será suficiente para retirar da cidade, o amor e ressurgirá, afinal o sangue da vítimas tem que ser resolvido, para que todos possam descansar em paz.
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