Intolerância, racismo e união civil

Geraldo Voltz Laps
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Foto: Carlos Macedo/Agencia RBS
A cidade de Santana do Livramento deu um triste espetáculo de intolerância às diferenças de escolhas que as pessoas fazem na vida, o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Sentinelas do Planalto foi atingido por um incêndio na madrugada desta quinta-feira. A razão : o local iria receber um casamento gay e de outros 28 casais heterossexuais no sábado dia 13/09.


Uma moradora conta ter visto quatro homens — um negro de chapéu e outros três brancos — em um Gol branco em um bar próximo do CTG, cerca de 400 metros da agremiação. Os homens teriam esperado o patrão Xepa sair do local. Após a saída do patrão, que mora ao lado do CTG, os homens teriam ido até o local com garrafas pet contendo uma mistura que acredita-se ser coquetel molotov. Eles saíram do bar rindo e em seguida começou o fogo.

A juíza de Direito que ousou desafiar a parcela mais conservadora do tradicionalismo gaúcho define-se como uma magistrada que veio “para fazer a diferença”, não deixar a carreira “passar em branco”.

— Resolveram, tal qual a inquisição medieval, queimar aquilo que simbolizava sua intolerância e incompreensão — ressaltou a magistrada, referindo-se ao incêndio.

A juíza que entendeu que diferenças não são defeitos, celebrou neste sábado ao som de Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, entrou acompanhado  com o patrão do CTG Sentinelas do Planalto, Gilbert Gisler, o Xepa, no salão do fórum de Santana do Livramento por volta das 16h15min. 

A seguir, foi iniciada a marcha nupcial, quando os casais entraram. Por último apareceram Solange Ramires, 24 anos, e Sabriny Benites, 26 anos, a primeira vestida de noiva e a segunda, de smoking. Foram amplamente aplaudidas no salão.

Autoridades presentes ao fórum aproveitaram o momento para se pronunciar. A ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, enalteceu o casamento de Solange e Sabriny e afirmou que a união vai servir de debate nacional. Já o desembargador José Aquino salientou que o Judiciário tem o propósito de "pacificar" o caso.

— A lei já prevê o casamento homossexual, e o Estado não pode retroceder — disse Aquino.

Fonte: Clicrbs

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