A eleição gaúcha segue a lógica de não a reeleição

Geraldo Voltz Laps
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Desde de 1982, quando houve a primeira eleição (após a redemocratização) direta para governador, os gaúchos não dão chance para nenhum governador que busque a recondução ao cargo. E, em 2018, a regra se confirmou novamente.


Eduardo Leite é eleito governador do Rio Grande do Sul | Foto: Alina Souza
Eduardo Leite, 33 anos, é o novo governador do Rio Grande do Sul. O candidato do PSDB venceu a disputa contra José Ivo Sartori (MDB) no segundo turno das eleições, disputadas neste domingo. O ex-prefeito de Pelotas obteve 53,40% dos votos válidos com 97,17% das urnas apuradas, o que matematicamente o alçou ao posto de chefe do Executivo estadual a partir de janeiro de 2019. O percentual de Sartori era de 46,60%.

Com isso, os gaúchos mantêm a tradição de não reeleger o governador. Desde 1997, quando foi promulgada a Emenda Constitucional nº 16, em 1997, que permitiu a reeleição de chefes do poder Executivo para mais um mandato subsequente, nenhum conseguiu permanecer no comando do Estado por mais quatro anos.

Voto a voto. O clichê político de uma eleição decidida nos detalhes foi a tônica da apuração deste segundo turno entre Eduardo Leite e José Ivo Sartori. A campanha entre ambos foi acirrada também fora do aspecto numérico. Os discursos, de parte a parte, foram duros: críticas, acusações e questões envolvendo ações na Justiça por supostas fake news.

O jovem candidato do PSDB veio ganhando força ao longo da campanha - teve o maior tempo de propaganda no rádio e na TV - e saltou, no primeiro turno, do terceiro lugar para chegar na frente de Sartori por uma pequena margem. Ao abrir as urnas, no dia 7 de outubro, Leite ficou com 35,9% dos votos e o atual governador com 31,1%. Na campanha, adotou um tom neutro, conciliador, dizendo que colocará a casa em ordem.

No segundo turno, Eduardo Leite partiu para se consolidar entre o eleitorado. Adotou um tom mais forte contra Sartori, com troca de farpas e acusações. Bateu na tecla de que colocará a casa em ordem sem a necessidade de manter os salários dos servidores parcelados, descartou vender o Banrisul e a Corsan. Leite aposta em modernizar o Estado e aplicar o que ele chama de gestão eficaz: diminuir o Estado e investir em áreas prioritárias.

Fonte: CP

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