Acostumamos a longo de nossa trajetória de história da politica brasileira, a eleger heróis e vilões, como se no nosso imaginário popular, alguém tem que ser modelo para "salvar" ou para ser o depositário da frustração do povo.
Alguns foram inspirados por ideais em épocas difíceis, especialmente quando vivemos em tempos em a liberdade de pensamento e expressão era limitado ao pensamento dominante.
Pois José Joaquim da Silva Xavier tinha em seus ombros, no final do século XVIII, o mesmo peso sofrido nos dias atuais: a alta carga tributária, ocasionada pelo elevado impostos que eram cobrados pelo reino de Portugal, fato que também causava naquela época enorme descontentamento.
Diferente de nossos tempos, a delação premiada do Coronel José Silvério dos Reis causou a prisão, o enforcamento e esquartejamento de Tiradentes, o alferes que virou herói, e que neste dia torna-se um feriado nacional, fato desconhecido da maioria da população que vislumbra apenas o dia de (ou não) folga.
Não faltam heróis e vilões neste no nosso panteão nacional, e sim o conhecimento dos fatos que o ocasionaram.
Vivemos de histórias da ficção, novelas e contos que só existem na memória de hábeis escritores, enquanto a realidade faz-se presente mostrando que o heroísmo e vilania estão tão presentes sejam grandes eventos dos governantes, quanto em pequenos egoísmos individuais de pessoas que bradam seus direitos e jogam os deveres para os próximos.
Então, vivendo em torno de nossa barriga, não existe lugar para o sobrevivente da luta diária, do homem de bem e cidadão exemplar. Eles são comuns demais para serem elevados ao seu lugar de direito.
Parabéns ao homem comum desconhecido, pois este merecia uma estátua em praça pública, e uma coroa de flores em seu túmulo em virtude de todas as ausências do Estado megalomaníaco que ingere tudo, e deixa apenas migalhas que não são suficiente para saciar a fome de muitos.
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