O Lago Guaiba, lugar onde tem uma das mais belas paisagens do Universo (e do RS também) é um local de águas não recomendáveis para banho, em uma rua da praia (nome oficial Rua dos Andradas) que se descaracterizou por isto.
Foi neste mesmo lago Guaíba que os açorianos, fundadores de Porto Alegre, aportaram em 1752. Nessas águas também chegaram alemães, italianos e escravos. Os rios conectados permitiram criar caminhos para a cidade que iria se formar. E as águas abasteceram a metrópole que hoje é capital do Rio Grande do Sul.
Contudo, se o Guaíba permitiu a Porto Alegre ser o que é hoje, a cidade não retribuiu da mesma maneira e o lago guarda séculos de poluição que, se vierem à tona, podem se transformar em uma verdadeira "bomba química". A opinião é de Rualdo Menegat, autor do Atlas Ambiental de Porto Alegre e professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
"Nós temos no leito do Guaíba uma espécie de bomba química acumulada ao longo dos últimos dois séculos, desde o desenvolvimento da indústria. Nós temos acumulada no leito do Guaíba a memória dessa industrialização."
Segundo Rualdo, a população da região metropolitana despeja anualmente 79 vezes o volume do Guaíba em esgoto. O professor lembra que há uma grande quantidade de indústrias às margens do lago e um grande volume de navios que circula por suas águas, o que torna a região especialmente vulnerável à poluição. A solução, afirma, seria criar uma cultura de cuidado e apreço do Guaíba – algo que vá além da simples admiração de seu pôr do sol, por exemplo.
Para minimizar este problema, a Prefeitura Municipal, através de recursos do Governo Federal, inaugurou em abril deste ano, o Programa Integrado Socioambiental (Pisa), maior obra de saneamento da história de Porto Alegre.
A inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto Serraria (Estrada da
Serraria, 2601) marca o início das operações do Pisa, que amplia a
capacidade de tratamento dos esgotos na Capital de 27% para 80% (até
2015). De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae),
com a implantação do programa, deixarão de ser despejados no Lago Guaíba
135 mil metros cúbicos de dejetos sem tratamento.
A obra beneficia diretamente mais de 700 mil pessoas com a coleta e
o tratamento do esgoto nas bacias dos arroios Dilúvio, Cavalhada e do
Salso. Indiretamente, todos os moradores de Porto Alegre são
beneficiados.
Fontes: Terra e Prefeitura Municipal
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