O Rio Grande do Sul orgulha-se de ser um estado de vanguarda. Mas tão de
vanguarda que resolveu avançar para trás. Amamos os cavalos. Queremos
crescer como suas colas. Para baixo. Ninguém quer ficar de fora desse
processo evolucionista original, afinal somos um povo que se orgulha de ter valores, moral, ética e cidadania, só que com a ótica "castilhista": a verdade é a que me interessa, não importando que os opositores pensem diferentes, eles estão errados.
Tivemos uma ocupante no Palácio Piratini que foi eleita, mas não servia para ser reeleita, só porque era mulher (e suprema) heresia em não ter nascido no Rio Grande (é paulista).
Na vanguarda, não pagamos o piso do magistério.
Não somos maria vai com as outras. Não passamos todo o tempo fazendo o
que o governo federal manda. Tanto é assim que não cumpriremos a Lei de
Transparência, que obriga a divulgar os salários dos servidores
públicos.
"Por
enquanto, somente está definido que o Executivo gaúcho não seguirá o
modelo adotado pela União. ''Será de forma individualizada, mas não
necessariamente nominal'. Sim, o atual governante não acha interessante divulgar os nomes dos funcionarios que são pagos pelo contribuinte gaúcho, não importa que o Poder Executivo Federal tenha feito isto com seus mais 620.000 funcionários, os nossos tem direitos que nem o Presidente da Republica tem, afinal somos um povo de vanguarda.
Devassar a intimidade do gaúcho é algo perigoso, capaz do vivente sair correndo de relho atrás do vivente quer saber seus ganhos. Não saber quantos quilos de erva mate ele recebe por mês, o importante é ouvir Julio de Castilhos, "a verdade sou eu quem faço" e não ouvir o Julio , "não vires as costas para o Governo Federal". Foi assim que o castilhismo se espalhou por décadas no Rio Grande.
Agora estamos na vanguarda de novo, vamos citar os quilos de erva mate, manta de charque, mas não vamos dizer que o felizardo que recebe e coloca na sua mala de guarupa.
Viva o Rio Grande, o grande estado da Vanguarda!!
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