A alternancia de poder e o medo castilhista

Geraldo Voltz Laps
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Assim que a ditadura militar (instalada em 1964)  permitiu a volta das eleições diretas para governador do estado em 1982, estou presente às urnas. Acompanhando o curioso e estranho comportamento do eleitor gaúcho, alternando candidatos e partidos, acompanhem a relação:

1982 - Jair Soares (PDS)
1986 - Pedro Simon (PMDB)
1990 - Alceu Collares (PDT)
1994 - Antonio Brito (PMDB)
1998 - Olivio Dutra (PT)
2002 - Germano Rigotto (PMDB)
2006 - Yeda Crusius
2010 - Tarso Genro

Vejo que esta alternância pode ser o medo que o povo tem de repetir a herança castilhista, implantada pelo "chimango" Julio de Castilhos e seus seguidores, Borges de Medeiros e Getúlio Vargas.

Júlio de Castilhos exerceu influência singular sobre a política gaúcha. A constituição estadual de 1891, elaborada por ele, inspirava-se muito fortemente no positivismo do filósofo francês Auguste Comte  e garantia ao governante os meios legais de implementar a política de inspiração positivista. Essa foi a primeira constituição estadual da república a ser concluída, e acabou servindo de base a diversas outras no país, disseminando assim seus ideais.

Embora tida por autoritária, tal constituição pretendia implementar no caráter do regime republicano aspectos racionais, baseados na História e na Ciência a fim de superar aspectos populares ou metafísicos.

O chamado castilhismo consolidou-se como corrente política e teve voz ativa por cerca de quarenta anos, principalmente no Rio Grande do Sul, mas também no restante do Brasil. Borges de Medeiros, sucessor de Castilhos, seguiu firmemente os ideais do mestre à frente do governo estadual. No plano nacional, Getúlio Vargas procurou implementar o castilhismo no Estado Novo (1937-1945).
Fonte:  Wikipédia

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