Hoje estava lendo o editorial do O Globo - Existe uma cultura autoritária no governo , de imediato isto vincula-me a figura de Júlio Prates de Castilhos, que a cultura propagandista do início do século XX chamava de Patriarca do Rio Grande do Sul.
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Júlio de Castilhos exerceu influência singular sobre a política gaúcha. A constituição estadual de 1891, elaborada por ele, inspirava-se muito fortemente no positivismo do filósofo francês Auguste Comte e garantia ao governante os meios legais de implementar a política de inspiração positivista. Essa foi a primeira constituição estadual da república a ser concluída, e acabou servindo de base a diversas outras no país, disseminando assim seus ideais.
Embora tida por autoritária, tal constituição pretendia implementar no caráter do regime republicano aspectos racionais, baseados na História e na Ciência a fim de superar aspectos populares ou metafísicos.
O chamado castilhismo consolidou-se como corrente política e teve voz ativa por cerca de quarenta anos, principalmente no Rio Grande do Sul, mas também no restante do Brasil. Borges de Medeiros, sucessor de Castilhos, seguiu firmemente os ideais do mestre à frente do governo estadual. No plano nacional, Getúlio Vargas procurou implementar o castilhismo no Estado Novo (1937-1945).
Só para constar que neste período teve uma das revoluções mais crueis, desumanas e sangrentas da história do Rio Grande, a revolução de 1893, em que o senhor Júlio de Castilhos foi parte vencedora. Nesta cruel revolta aconteceram os episódios do Boi Preto e Rio Grande, onde vários combatentes foram degolados a sangue frio. Para se manter no poder, houveram fraudes em eleições e votos a cabresto. Que este editorial apenas nos lembre para afastar este episódio para nossa história passada e não de reavivamento de idéias.
Amigo, o que os políticos não fazem para manter-se no poder... lamentável... Parabéns pelo texto. Abraços e muita paz
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