No coração do pampa, quando o vento Minuano sopra, ele carrega mais que poeira e saudade , carrega histórias antigas, contadas de pai pra filho, de avó pra neto, de galpão em galpão. E entre essas memórias vivas, brota a Lenda do Umbú, árvore que é sombra, água e poesia de raiz profunda.
A Lenda do Umbú Apaixonado
Dizem os mais velhos que muito antes de cerca, pasto e gado, havia um jovem índio chamado Umbu. Forte de corpo, suave de palavra, apaixonou-se por uma moça de tribo rival — amor proibido, mas tão verdadeiro quanto o verde que resiste na seca.
Descobertos, seu peito tombou às margens de um arroio seco. Ali mesmo, a moça regou a cova do amado com lágrimas até que da terra rachada brotou a árvore: galhos largos, sombra farta, raízes que guardam a água como quem guarda um segredo de amor eterno.
O Umbú que Deus Plantou
Já outra voz do pampa conta que, quando Deus criou o mundo, semeou árvores por todos os cantos, mas esqueceu das terras sedentas do interior. Vendo o povo e o bicho padecerem de sede, Deus, compadecido, retirou do peito uma centelha de misericórdia e a plantou na terra dura.
Assim nasceu o Umbú: copa de guarda-sol vivo, tronco que abriga, raízes que bebem o que ninguém mais alcança. Para o sertanejo, o gaúcho e o homem campeiro, o Umbú é lembrança de que Deus nunca abandona quem confia na esperança.
Um Símbolo Vivo do Pampa
Assim, entre lendas de amor e fé, o Umbú segue firme no campo, debaixo do céu que se abre azul sem pressa. Ele é pouso de sombra para quem passa, consolo de água para quem tem sede, e poema verde para quem ainda crê no milagre de toda raiz.
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