David Canabarro - Presidente da Republica Juliana e Comandante em chefe da Revolução Farroupilha - Image via Wikipedia David José Martins, conhecido como David Canabarro, (Taquari, 1796 — Santana do Livramento, 1867) foi um militar brasileiro. Iniciou sua vida de militar na Primeira campanha cisplatina de 1811-1812. Para essa campanha deveria seguir o irmão mais velho, Silvério, já então com 18 anos. Entretanto, auxiliar precioso do pai nas lides campeiras, iria fazer muita falta. E Davi, contando quinze anos de idade, reconhecendo o fato, solicitou ao pai licença para seguir em lugar do irmão.
Patriota como todo estancieiro do Rio Grande do Sul daqueles tempos, David José Martins não vacilou, e se apresentou às forças do nobre Dom Diogo de Sousa, conde de Rio Pardo. Terminada a campanha, promovido a alferes, regressa ao lar, mas em seguida volta para combater na Guerra contra Artigas (1816/1820).
Anos mais tarde é tenente das forças de Bento Gonçalves na Guerra da Cisplatina de 1825-1828, que culminou com o tratado de paz de agosto de 1828 e a independência do Uruguai. Lá, teve papel preponderante na batalha de Rincón de las Gallinas, salvando o exército brasileiro de completo desbarato (24 de setembro de 1825), o que lhe valeu os galões de tenente efetivo do Exército Nacional. Na 21ª Brigada de Cavalaria Ligeira comandada por Bento Gonçalves, ainda na Guerra da Cisplatina, assistiu à indecisa batalha do Passo do Rosário, obrando prodígios de valor e de audácia.
Cessada a guerra, volta ao lar, à vida do campo, mas desta vez associado ao tio Antônio Ferreira Canabarro, na estância fronteiriça de Santana do Livramento. Por volta de 1836, adota o nome David Canabarro por insistência de seu tio.
Como sugere o historiador santanese Ivo Caggiani: tudo leva a crer que alguma ligação deva ter com os machados e os ferreiras de Vila Pouca de Aguiar. Em consequência os descendentes dos nobres canavarros de Portugal devem ser os Canabarros do Brasil.
Na Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, inicialmente conservou-se indiferente aos acontecimentos políticos. Tendo a ela se juntado tardiamente. Iniciou como tenente, mas rapidamente galgou postos, assumiu o comando em junho de 1843, quando o antigo chefe, Bento Gonçalves, para evitar a cisão entre os republicanos, desligou-se do comando e passou a servir sob as ordens do próprio Canabarro.
Sua única derrota em toda a guerra, foi na Batalha de Porongos, onde relaxado pelas negociações de paz que empreendia com o barão de Caxias, foi surpreendido pela tropa de Mouringue, teve sua tropa massacrada, inclusive os Lanceiros Negros.
Enquanto negociava a paz com os imperiais, Canabarro recebeu uma proposta de Juan Manuel de Rosas, governante argentino, que pretendia ampliar a fronteiras de seu país. Em troca da colaboração farroupilha, ele receberia ajuda argentina para continuar a batalha contra o império. Canabarro respondeu através de carta, onde afirmava sua fidelidade ao país, mesmo que este fosse monarquista e ele republicano.
Como chefe dos revoltosos, aceitou a anistia oferecida pelo governo em 18 de dezembro de 1844, através do Duque de Caxias, chamado O pacificador. Encerradas as negociações em 25 de fevereiro de 1845, ficou estabelecido que os republicanos indicariam o próximo presidente da província, o governo imperial responderia pela dívida pública do governo republicano, os oficiais do exército rebelde que desejassem passariam ao exército imperial com os mesmos postos e os prisioneiros farroupilhas seriam anistiados.
A Paz de Ponche Verde
Em Poncho Verde, no final de fevereiro de 1845, foram examinados pelos republicanos os termos do documento, já assinado pelo barão de Caxias, intitulado Convenção de paz entre o Brasil e os republicanos. O General David Canabarro, comandante-em-chefe do exército republicano, investido de poderes para representar a presidência da República, aceitou as condições. Farrapos e imperiais se reuniram no Acampamento Imperial de Carolina, em Ponche Verde, região do atual município de Dom Pedrito, para decretar a pacificação da província. Eram 12 as cláusulas da pacificação. Foram lidas em Ponche Verde no dia 25 de fevereiro, por Antônio Vicente da Fontoura:
Art. 1° - Fica nomeado Presidente da Província o indivíduo que for indicado pelos republicanos.
Art. 2° - Pleno e inteiro esquecimento de todos os atos praticados pelos republicanos durante a luta, sem ser, em nenhum caso, permitida a instauração de processos contra eles, nem mesmo para reivindicação de interesses privados.
Art. 3° - Dar-se-á pronta liberdade a todos os prisioneiros e serão estes, às custas do Governo Imperial, transportados ao seio de suas famílias, inclusive os que estejam como praça no Exército ou na Armada.
Art. 4° - Fica garantida a Dívida Pública, segundo o quadro que dela se apresente, em um prazo preventório.
Art. 5° - Serão revalidados os atos civis das autoridades republicanas, sempre que nestes se observem as leis vigentes.
Art. 6° - Serão revalidados os atos do Vigário Apostólico.
Art. 7° - Está garantida pelo Governo Imperial a liberdade dos escravos que tenham servido nas fileiras republicanas, ou nelas existam.
Art. 8° - Os oficiais republicanos não serão constrangidos a serviço militar algum; e quando, espontaneamente, queiram servir, serão admitidos em seus postos.
Art. 9° - Os soldados republicanos ficam dispensados do recrutamento.
Art. 10° - Só os Generais deixam de ser admitidos em seus postos, porém, em tudo mais, gozarão da imunidade concedida aos oficiais.
Art. 11° - O direito de propriedade é garantido em toda plenitude.
Art. 12° - Ficam perdoados os desertores do Exército Imperial.
(ass.) O Barão de Caxias. ( citação da Revista Militar Brasileira, abril-junho, 1978, vol. CXIII, ano LXIV, pp. 116-117. Apud Henrique Wiederspahn, ob. cit., pp. 11-12).
Assinada a paz em Ponche Verde, David Canabarro redigiu uma proclamação em que anunciava o fim da Guerra dos Farrapos. O texto tem a data de 28 de fevereiro de 1845:
"Concidadãos! Competentemente autorizado pelo magistrado civil a quem obedecíamos e na qualidade de comandante-em-chefe, concordando com a unânime vontade de todos os oficiais da força de meu comando, vos declaro que a guerra civil que há mais de nove anos devasta esse belo país está acabada.
Concidadãos! Ao desprender-me do grau que me havia confiado o poder que dirigia a revolução, cumpre-me assegurar-vos que podeis volver tranqüilos ao seio de vossas famílias. Vossa segurança individual e vossa propriedade estão garantidas pela palavra sagrada do monarca e o apreço de vossas virtudes confiado ao seu magnânimo coração. União, fraternidade, respeito às leis e eterna gratidão ao ínclito presidente da Província, o ilustríssimo e excelentíssimo barão de Caxias, pelos afanosos esforços na pacificação da Província".
"Concidadãos! Competentemente autorizado pelo magistrado civil a quem obedecíamos e na qualidade de comandante-em-chefe, concordando com a unânime vontade de todos os oficiais da força de meu comando, vos declaro que a guerra civil que há mais de nove anos devasta esse belo país está acabada.
Concidadãos! Ao desprender-me do grau que me havia confiado o poder que dirigia a revolução, cumpre-me assegurar-vos que podeis volver tranqüilos ao seio de vossas famílias. Vossa segurança individual e vossa propriedade estão garantidas pela palavra sagrada do monarca e o apreço de vossas virtudes confiado ao seu magnânimo coração. União, fraternidade, respeito às leis e eterna gratidão ao ínclito presidente da Província, o ilustríssimo e excelentíssimo barão de Caxias, pelos afanosos esforços na pacificação da Província".
Fonte : Wikipédia
Grande Geraldo, com essas aulas de história daqui a pouco vou saber mais sobre a história do Rio Grande do Sul do que do Paraná .... (na verdade não sei quase nada) ... rsrsr
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